Mais um parceiro no combate ao HIV e SIDA em tete. ICRH-M implementa o projecto adesão e retenção aos pacientes em TARV em 12 distritos da província.

Partilhar esta notícia

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email

“Fazemos um balanço positivo deste exercício de micro planificação, porque nós, do Distrito de Magóe, sentimos que precisávamos de uma lavanca e neste caso, o projecto a ser implementado pelo ICRH-M, vem nos ajudar nesta vertente de reintegração, em caso de adesão e tratamento de pacientes em TARV, para melhorar a retenção em nossas unidades sanitárias”, disse Zeca António Djimo, técnico de medicina preventiva e ponto focal de HIV em Magoe, á margem da reunião de micro planificação conjunta que decorreu semana finda, durante cinco dias, na cidade de Tete.

O Centro de Colaboração em Saúde (CCS) foi selecionado como recipiente principal do pilar “Reforço da adesão e retenção dos pacientes ao TARV e da TB” no âmbito da subvenção NFM3 do Fundo Global com objectivo de fortalecer a ligação entre a Comunidade e a Unidade Sanitária através de intervenções combinadas que contribuem para a reintegração de pacientes faltosos e abandonos e o aumento da retenção dos pacientes em tratamento para a Tuberculose e HIV, contribuindo deste modo para redução do peso da TB e HIV no país.

E porque não é possivel implememtar sem planificar e, acima de tudo, sem ouvir dos principais intervenientes, quadros séniores do Centro Internacional para Saúde Reprodutiva (ICRH-M), CCS conjuntamente com a Direção Provincial de Saúde de Tete (DPS-T), Serviços Províncial de Saúde de Tete, (SPS-T), Médicos chefes e pontos focais de HIV dos dose distritos alvos, (excessão de Tsangano, Chifunde e Zumbo) estiveram desde a última segunda-feira, 22, reunidos para uma micro planificação, com objectivo de harmonizar estratégias, e encontrar um ponto de consenso em relação as necessidades e sabiamente alocar os recursos existentes nesta subvenção a ser implementado pelo ICRH-M até 2023. Mas antes, para esta decisão houve um motivo pelo que o Director de Programa do CCS, Egídio Langa explica:

“CCS está a implementar estes projectos em quase todas as províncias de Moçambique com fundos do Fundo Global desde 2018 e, por decisão do Ministério de Saúde, o CCS veio a Tete para implementar actividades comunitárias para o HIV e TB e encontrou no ICRH-M o parceiro certo até porque é uma organização moçambicana com profundo conhecimento da província de Tete e nós decidimos trabalhar em parceria com eles, como forma de rapidamente atingir os resultados pelos quais o projecto foi estabelecido”, clarificou Egídio Langa que, mais adiante lembrou que, apesar do ligeiro atraso de 10 meses – devia ter começado em Janeiro de 2021, existem agora todas as condições para acelerar o passo, nestes dois anos que faltam do projecto.

Do lado do ICRH-M há uma certeza: “Este projecto, veio em bom momento, a premiar os 12 anos de aniversário de existência como organização em Moçambique, mas com 18 anos na província de Tete, quando ainda funcionava em uma sala na DPS-T”, lembra Málica de Melo, Directora Nacional desta organização com muito orgulho. Málica de Melo explica ainda que para o ICRH-M, estar a implementar este projecto complexo e desafiante, significa primeiro confiança e, segundo, alcance de maturidade tão desejada, tendo em conta o histórico de projecto em diversas áreas e, na mesma senda, em terceiro, significa crescimento para a organização uma vez que, vai alcançar 12 distritos e estar em 51 unidades sanitárias. Desta feita, sai dos anteriores 8 distritos, para 14 com a chegada deste bebé, de adesão e retenção, o que faz desta organização a maior em termos de cobertura ao nível de Tete. “Falta-nos Zumbo, sonhamos e temos fé que a curto espaço de tempo, lá chegaremos”, vaticinou de Melo.

Ainda sobre crescimento, este adolescente de 12 anos de percurso profissional no campo da saúde e direitos sexuais e reprodutivos, celebra com alegria a chegada em mais duas províncias de Moçambique, antes Tete e Maputo, zona sul e centro e agora, Nampula e Niassa, zona norte, passando a ter uma representação em todas as regiões. Para a Directora Nacional do ICRH-M que discursava na última sexta-feira, em Tete, no encerramento das actividades de micro planificação para implementação do projecto acima mencionado, tudo isto é obra de empenho e dedicação do staff da organização a quem os saúda especialmente, encorajando-os a manterem-se firmes e resilientes porque o objectivo é chegar em todas províncias.

O Fundo Global está em Moçambique desde 2002, a apoiar o pais em diversas áreas, a planificação das subvenções tem sido feitas sempre ao nível central e não chegam ao nível provincial muito menos distrital, mesmo assim, apesar de já existir um acordo assinado, o CSS decidiu inverter a pirâmide e descer à base, e fazer uma micro planificação com todos intervenientes, para melhor direcionar os recursos e a bússola estar virada á alcance de resultados, explica ainda Egídio Langa, Director de Programas.

Em representação da Directora dos Serviços Provinciais de Saúde de Tete, nesta cerimónia de encerramento, discursou Rosa Maendaenda, Chefe da Planificação e Coordenação nos SPS-T que, em sua mensagem emotiva de agradecimento aos parceiros por trazerem esta abordagem à província, pediu aos distritos presentes na planificação para se apropriarem deste projecto, vincando o pé para o sucesso do mesmo e desta forma ajudar o governo a alcançar os indicadores e metas estabelecidas nesta componente do HIV e TB o que consequentemente vai contribuir para a redução de mortes por esta doença ainda sem cura. Rosa Maendaenda mostrou-se satisfeita ainda por fazer parte deste exercício, porque segundo conta, fazer parte da planificação, redistribuir os recursos para as muitas necessidades dos distritos, não é o mesmo que encontrar o barco já feito, o que infelizmente tem sido a prática.

Não é só a Rosa Maendaenda que regozija-se desta a inclusão, os distritos também fazem eco e empresta a voz a esta satisfação, Zeca António Djinge que afirma: “Gostei porque me senti envolvido porque, quando há actividades desta natureza, muitas das vezes são de nível central às vezes provincial, que até os distritos acabam não sendo contados. Então, se nós estamos sendo “consultados”, desta vez e participamos efusivamente, é porque sinto que a ideia é ter a realidade do distrito e é isso que estamos a trazer do distrito para esta plateia, os nossos problemas, para juntos planificarmos e encontrar respostas, ou melhor, para redistribuir os recursos existente dado o grau de prioridade. Tudo em vista a garantir a retenção ’’, disse.

O médico chefe de Cahora Bassa, Legião Mário, só vê benefícios com a chegada deste projecto ao nível deste distrito: Os actores comunitários. “ É sem dúvidas, um ganho maior porque há unidades sanitárias que não tem este staff, e o seguimento de pacientes em TARV, abandonos e faltoso assim como o processo de retenção e testagem era deficitário até ao momento, mas com a chegada deste projecto, o qual estamos já ávidos em recebe-lo em Cahora Bassa, nesta micro planificação consegui redistribuir as US e os actores comunitários, os quais esperamos também com eles alargar a base de acesso à informação sobre esta doença a zonas mais recônditas, e com ajuda da rádio local, asseguramos que sim, vamos atingir mais pessoas e rapidamente traze-los ao programa TARV, porque a pandemia da COVID-19 retraiu a muito devido as restrições. Há, sem esquecer, foi muito acertada a ideia de inclusão, dos distritos nesta planificação”, rematou, Legião Mário.

Alegra-me o facto de ter tido a oportunidade de olhar para as unidades sanitárias existentes em Changara com ajuda e sem ajuda, e de acordo com o tecto dos activistas, olhar para aquelas unidades de difícil acesso, isso vai permitir o acesso aos serviços de TARV e recuperar os pacientes que estão perdidos. Como sabem, Changara é um corredor, faz fronteira com Zimbabwe e Manica, e devido a elevada taxa de sero prevalência do HIV decorrente da actividade sexual muito activa neste distrito, pensamos que é oportuno ter um incremento de recursos humanos e financeiros para fazer face aos desafios da doença. Fico igualmente feliz com a abordagem que o projecto traz, de por exemplo, homens campeões, mulheres mentoras, etc. Quero me aliar aos outros colegas e agradecer pela iniciativa de chamar e envolver todos os pontos focais para este exercício que julgo ser de extrema importância, finalizou com sorriso de satisfação, Nelito Buana, Ponto focal de HIV em Changara.

Recorde-se que, são no total 12 distritos da província de Tete, com exceção de Tsangano, Chifunde e Zumbo, devendo abrangir 51 unidades sanitárias, com a missão de ajudar na missão de redução de mortes por HIV no país, através de testagem, adesão e retenção aos pacientes seropositivos. O projecto é implementado pelo ICRH-M, em parceira com CCS através de fundos do Fundo Global e vai até 2023.

Projectos ICRH moçambique

Pesquisas e projectos desenvolvidos em Moçambique

Mais Notícias

Bate-papo

EMBAIXADORA POR UM DIA

“Conversa inspiradora” – é o nome do evento que decorreu ontem, em Maputo, para marcar o fim de uma campanha denominada Embaixadora por um dia,