Decorre desde a última segunda-feira, 13, em Changara, a formação intensiva de provedores de saúde de todos os distritos da província de Tete em matéria de Tuberculose. São ao todo 40 profissionais, de entre eles médicos-chefes e pontos focais de TB que durante a semana, ou seja, até a próxima sexta-feira, 17, vão aprender e aperfeiçoar os seus conhecimentos em matéria de Diagnóstico e tratamento Infantil de TB, reação adversa ao tratamento e sobre Farmacovigilância, com objectivo de contribuir para a redução da taxa de prevalência de TB em Moçambique, que neste momento situa-se em 504 casos por 100.000 habitantes, com uma taxa de mortalidade de 127 mortes em 100.000 habitantes, segundo a estimativa da OMS.
Este treinamento intensivo e integrado de TB surge no âmbito da implementação do projecto de Retenção e Aumento dos pacientes em tratamento para a Tuberculose e HIV, contribuindo deste modo para redução do peso da TB e HIV no país – uma componente implementada pelo MISAU, através da Direcção Provincial de Saúde de Tete em Parceria com o ICRH-M que vela pela componente de HIV, na vertente comunitária de adesão e retenção de pacientes em TARV. Financia o projecto o Fundo Global por meio do Centro de Colaboração em Saúde CCS, recipiente primário na subvenção NFM3, até 2023, devendo abranger 12 distritos e 51 unidades sanitárias de Tete.
São co-facilitadores deste treinamento de TB, técnicos da DPS-T/SPS-T nomeadamente: Zélia Novela, Francisca Rosa e Amélia Cinturão e Herculano Nhamússua, Coordenador de projecto pelo ICRH-M. São todos médicos de profissão.
Uma nota: Os casos de tuberculose têm estado a aumentar e, o aspecto mais preocupante do problema é a ocorrência de cada vez mais casos de tuberculose multirresistente (TB-MR), que agravam ainda mais o risco para a saúde pública os quais requerem uma intervenção rápida. Controlar a epidemia, passa por reforçar a vigilância epidemiológica (para determinar a magnitude do problema), o diagnóstico laboratorial (melhorando a rapidez, a sensibilidade e a confiabilidade dos métodos de diagnóstico), o manejo dos pacientes, o tratamento preventivo (identificando pessoas infectadas e/ou em risco de desenvolver TB-MR e impedindo que elas desenvolvam TB activa) e, pelo controlo de Infecção (minimizando os riscos de transmissão da TB-MR).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, Moçambique consta da lista dos 30 países com elevado peso de Tuberculose e dos 14 países com elevado peso da TB/HIV e TB-MR no mundo, com uma incidência estimada de 504 casos por 100.000 habitantes. Estima-se que ocorram anualmente, 163.000 novos casos de tuberculose em Moçambique, sendo cerca de 8.800 de tuberculose multirresistente. Não obstante, os esforços empreendidos, 5 em cada 10 casos de tuberculose permanecem não detectados. A situação agrava-se ainda mais pelo surgimento de cada vez mais casos de estirpes de Mycobacterium Tuberculosis (MTB), resistentes ao tratamento bem como ao peso da coinfecção TB/HIV.
