Aborto Inseguro é dos principais contribuintes para a Mortalidade Materna em Jovens e Adolescentes em Moçambique.

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O Centro Internacional para Saúde Reprodutiva – ICRH-M, procedeu na semana passada, a apresentação oficial do projecto aborto seguro, às autoridades do distrito de Changara, na província de Tete. O projecto, intitulado da Lei ao Acesso, dos vários objectivos que o norteiam, visa melhorar a qualidade dos serviços de aborto seguro e ampliar o acesso à informação e dos serviços de aborto sem medo de estigma e discriminação, por parte das mulheres e meninas em Moçambique.

Apresentação do Projecto em Changara

Apesar dos progressos assinalavéis, no sentido de melhorar a saúde materno-infantil, a mortalidade materna permanece elevada, situando em 408 por 100,000 nascidos vivos, segundo o Inquérito Demográfico de Saúde e, neste rol, o Aborto Inseguro é dos principais contribuintes para a mortalidade materna, especialmente em jovens e adolescentes. A gravidez na adolescência é teimosamente elevada, situando-se em 46%, e há 26% das necessidades não satisfeitas de contracepção entre meninas de 15 a 19 anos. A existência de normas sociais prejudiciais à rapariga como é o caso de casamento infantil é outro factor que compromete o crescimento da mulher, sobretudo das zonas rurais.

É este quadro que a Administradora do Distrito de Changara, Ana Maria Beressone quer ver melhorado com a chegada do projecto no distrito, por isso, “Queremos saudar o projecto. Eu Penso que vai atingir aquele grupo que para nos é muito importante, o grupo de mulheres em idade fértil, sabemos e estamos cientes de que há muita mulher que está a procura destes serviços, e por desconhecimento recorre a métodos não recomendados. Por isso precisamos divulgar, consciencializar nossas jovens e mulheres. Esta é mais uma janela que se abre para as nossas mães, jovens do distrito de Changara e nós, enquanto autoridades máxima do distrito, comprometemo-nos a dar o nosso apoio para que este projecto seja implementado no nosso distrito com sucesso. Temos as nossas condições no Centro de Saúde de Changara, mas com a vossa vinda, pensamos que vão nós ajudar a melhorar cada vez mais, porque o aborto seguro tem que decorrer num sítio com condições próprias para o efeito, com privacidade. Sejam bem-vindos e bom trabalho no nosso distrito”, disse, visivelmente satisfeita, Ana Maria Beressone.

Porque uma das componentes do projecto é a divulgação da lei que despenaliza o aborto em Moçambique, o ICRH-M, vai apostar na formação de profissionais de saúde, rádios comunitárias, lideres comunitários e activistas locais para que a informação chegue às comunidades, que esta matéria deixe de ser um tabú e consequentemente reduza a procura por métodos inseguros que perigam a saúde da mulher e da rapariga.

 “O distrito de Changara está muito expectante em relação a chegada deste projecto, porque é uma área que de facto estava a precisar. Há muitos casos de aborto inseguro junto a população, visto que Changara é um corredor, onde actividade sexual é activa, principalmente na camada jovem”, disse Maria de Lurdes Paúnde, Procuradora do Distrito de Changara, à margem da apresentação do projecto.

Maria de Lurdes Paúde, Procuradora

Maria de Lurdes Paúnde lembrou ainda que ao nível da Procuradoria, existem vários casos de aborto criminoso, em que indivíduos não habilitados para o efeito, induziram a outras mulheres a casos de abortos inseguros, que culminaram em mortes. “ Porque quando é feito fora da unidade sanitária, sem pessoal qualificado, passa a ser crime. Já há pessoas responsabilidades, de 2018 a esta parte, estamos a falar de dois casos”, elucidou a Procuradora do Distrito.

Recorde-se que, o projecto aborto seguro, financiado pelo SAAF, é implementado em três distritos da província de Tete, até Março de 2022, com a integração nesta segunda fase do distrito de Changara. A primeira, que foi de Janeiro de 2020 a Março de 2021, foi implementado em Cahora Bassa e Angónia.

Projectos ICRH moçambique

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