Da lei ao Acesso: SAAF expande o projecto sobre Aborto Seguro ao distrito de Changara

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O ICRH-M implementa na província de Tete, desde Janeiro do ano passado, um projecto demostrativo sobre Aborto Seguro em Moçambique, com fundos do SAAF. O objectivo é melhorar a qualidade dos serviços de aborto seguro e ampliar o acesso à informação e dos serviços, sem medo de estigma e descriminação, por parte de mulheres e meninas, particularmente dos distritos de Cahora Bassa e Angónia.

O Coordenador Provincial do ICRH-M em Tete, Domingos Mahangue, procedeu na última sexta-feira, 16, a apresentação dos resultados alcançados em ano e meio de implementação da primeira fase, ou seja, de Janeiro de 2020 a Junho de 2021, à Direcção Provincial de Saúde de Tete, e anunciar a extensão do projecto por mais nove meses, (Julho de 2021 a Março de 2022), agora com a integração do distrito de Changara.

Durante este período, segundo Domingos Mahangue, foi possível prover capacidades técnicas sobre a legislação e normas clínicas sobre o aborto seguro e cuidados pós-aborto, a mais de 30 profissionais de saúde destes distritos e oferecer serviços de qualidade sobre aborto seguro a mais de 500 mulheres e raparigas que, por diversos motivos, devidamente justificados, interromperam a gravidez de forma segura. Destaca-se igualmente a formação de membros do comité de cogestão para a mudança de objecção de consciência e lideranças comunitárias para ampliar o acesso à informação nas comunidades. “Com o acesso a estes serviços legalmente instituídos em Moçambique, desde 2014, os dados mostram que é possível reduzir as mortes maternas e melhorar a saúde materno-infantil das mulheres. É esta experiência que agora queremos expandir ao distrito de Changara”, finalizou Mahangue.

Apresentação do projecto aborto seguro à Direcção Provincial de Saúde de Tete

Para, Xarifo Gentivo, Médico-Chefe da Direcção Provincial de Saúde em Tete, é oportuna esta extensão e expansão do projecto, em um momento em que no país, e Tete em particular, se verifica altos níveis de gravidez na adolescência e casamento prematuro. “Quando expandimos uma actividade, temos que ter em conta que precisamos aumentar a disponibilidade de insumos para garantir que o serviço seja conhecido e feito com a qualidade necessária e para melhorar a aderência”, disse Charifo Gentivo, para no outro momento, desafiar o ICRH-M, a apostar, ainda mais nos materiais de comunicação e educação, como mecanismo chave para promoção dos serviços, para desmitificar os mitos e tabus na comunidade, até porque “quanto mais falado vira normal. A ideia não é publicitar ou incentivar ao serviço, mas mostrar um caminho, uma solução a um problema que está acontecer e está arruinar a vida de muitas jovens que recorrem ao aborto inseguro. Há que promover debates na rádio, encontrar espaços na comunidade onde é implementado o projecto para falar do assunto, para que este seja de domínio de todos. Gentivo entende que não adianta implantar serviços, ter legislação a favor, se o mesmo não é conhecido. As comunidades devem perceber que é uma intervenção médica necessária e segura.

Xarifo Gentivo, médico-chefe provincial – SPS-Tete

Embora Moçambique tenha feito progressos, a mortalidade materna permanece elevada, onde em cada 100 000 nascidos, 408 perdem a vida. O aborto inseguro é um dos contribuintes para esta estatística.

As estratégias do projecto passam por continuar a: Orientar e formar os profissionais de saúde para fornecer serviços de qualidade, Trabalhar com mulheres, meninas e comunidades para aumentar o acesso à informação e reduzir estigma, Documentar e compartilhar experiencias do projecto para que seja replicado por mais distritos e províncias do país.

Projectos ICRH moçambique

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