“Falar sobre saúde sexual reprodutiva não é falar sobre sexo: Por quê esperar para conversar?”. ICRH-M nas III Jornadas Cientificas de Saúde.

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O ICRH-M foi uma das organizações convidadas a tomar parte das III Jornadas Cientificas de Saúde da Região Centro, organizadas pelo Instituto Nacional de Saúde, na semana finda, 26 a 28 de Outubro, na cidade de Tete. Neste mega evento científico, onde foram exibidos diversos trabalhos, em diversas mesas de discussão, tudo com vista a influenciar para o uso de evidências científicas no processo de tomada de decisão e formulação de políticas públicas no domínio da saúde, o ICRH-M, na qualidade de organização com vocação na área de pesquisa, em Representação da Málica de Melo, Directora Nacional e Pesquisadora Sénior, Joelma Picardo, integrou o painel que discutiu Saúde Sexual e Reprodutiva, com enfoque para comunicação com adolescentes sobre SSR: Com o tema: “Falar sobre saúde sexual reprodutiva não é falar sobre sexo: Por quê esperar para conversar?”, O ICRH-M, com o estudo, trouxe à tona uma reflexão que norteia as fases de crescimento do adolescente que dada as transformações físicas e psicológicas e comportamentais desenvolve uma serie de expectativas que, quando não acompanhadas ou respondidas à tempo podem conduzir a resultados desastrosos na fase adulta. Aliado a isto, têm as normas sociais e de género que já definem os papéis na sociedade.

Jornadas cientificas de Saúde em Tete. À esquerda, Joelma Picardo, mandatária da Directora Nacional ao evento.

Através deste estudo, efetuado na cidade de Tete, por Málica de Melo, nos distritos de Changara e Tsangano, com os Adolescentes dos 10 -14 e 15 -19 anos de idade, vulneráveis e com deficiência, adultos indicados pelos adolescentes como influenciadores em comportamentos e práticas positivas, foi possível confirmar que Tabus sociais limitam o diálogo entre pais e filhos sobre sexualidade, os pais geralmente estão desinformados sobre a SSR e sempre temerosos e céticos em abordarem as questões sobre sexualidade com seus filhos;

  • As conversas em torno da sexualidade com os adolescentes são tabú deixando-os sem acesso à informações, serviços confiáveis e relevantes, ou com uma abordagem com muitos mitos.

Entende a pesquisadora do estudo, que neste rol de constatações, os adolescentes muitas vezes expressam desejo de serem mais abertos com seus pais, mas receiam discutir questões de SSR por medo de serem conotados como sexualmente activo/as, e receio da violência parental, e há mais:

  • Comunicação deficiente entre adolescentes e adultos-chave, como pais, professores, educadores e profissionais de saúde, e lacunas no acesso à informação e serviços, é desafiante;
  • O acesso as informações de SSR é ainda mais limitado nos adolescentes mais novos – iniciam a menstruação e a vida sexual sem ter recebido informações confiáveis sobre sexualidade e SSR;
  • O início precoce da actividade sexual aumenta a vulnerabilidade das meninas a problemas de saúde, incluindo HIV/ITS, aborto inseguro e complicações de parto, incluindo fístula obstétrica.

Para reverter o cenário acima, entende o ICRH-M, com este estudo, que é na primeira adolescência que se oferece uma oportunidade única para criar uma base de informações, habilidades, acesso a serviços e um ambiente de apoio que proteja as raparigas e rapazes à medida que eles crescem; oportunidade para raparigas e rapazes adquirirem as informações e habilidades necessárias para que possam, no futuro, ter uma vida sexual saudável e responsável, a educação sexual permite o desenvolvimento de competências dos adolescentes habilitando-os para escolhas informadas. Daí a pergunta: … então… por quê esperar para conversar?

Joelma Picardo – ICRH-M
Os membros da mesa redonda que discutiu o tema: Saúde Sexual e Reprodutiva.

Este evento que decorreu em Tete, foi organizado pelo INS com o propósito de divulgar e discutir os resultados de investigação científica em saúde, e reflectir sobre os principais desafios no domínio da saúde ao nível da região centro do pais. Decorreu sob o lema, “Promovendo a contribuição científica multidisciplinar para a prevenção e mitigação dos impactos das emergências de saúde”. Contou com a presença de diversas personalidades da província e ligadas à saúde, com destaque para o Ministro da Saúde, Armindo Tiago que referiu na ocasião, ser importante  dar respostas eficientes às emergências de saúde pública que só serão possíveis com a adopção de uma óptica abrangente, multissectorial e multidisciplinar, com alicerces fundamentados em evidência científica. O dirigente falava na abertura das III Jornadas Regionais de Saúde da Região Centro, na cidade de Tete.

Ministro da Saúde, Armindo Tiago ao Centro, ladeado pelo Director Nacional do INS Ilesh Jane.

“A prevenção, detecção, resposta e recuperação das emergências de saúde pública devem ser equacionadas a partir de uma perspectiva multissectorial”, disse, salientando que a maior parte destas emergências têm determinantes socioecónomicos e consequências que tocam várias outras esferas da sociedade.

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