ABORTO SEGURO E LEGISLAÇÃO: Revitalizados os Grupos Comunitários de 3 distritos de Tete.

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PARA GARANTIR ACESSO À INFORMAÇÁO E ACESSO AOS SERVIÇOS DE ABORTO SEGURO EM TETE.

Um total de 135 pessoas de diferentes grupos comunitários, entre Líderes Comunitários e Religiosos, Parteiras Tradicionais, Agentes Polivalentes Elementares de Saúde, Jornalistas Comunitários e Membros de Comité de Cogestão dos distritos de Angónia, Cahora Bassa e Changara em Tete, foram formados, em Outubro último, em matéria de Aborto Seguro e sobre a Legislação que despenaliza o aborto em Moçambique. Ao formar este grupo chave, pretende-se aumentar o número de líderes comunitários e outros actores que concordam com a prestação de serviços de aborto seguro conforme estipulado na lei.

Com esta capacitação, é objectivo primário, garantir que estes actores comunitários e jornalistas, conheçam a lei de aborto em Moçambique e como fazer a sensibilização e divulgação da mesma na comunidade, para reduzir a desinformação, combater mitos e tabú e aumentar a acessibilidade dos serviços de aborto seguro por parte das mulheres e raparigas, sobretudo das zonas rurais e com isso, contribuir para a redução dos abortos clandestinos e o índice da mortalidade materna por esta causa.

Alberto Primo, líder comunitário de terceiro escalão no Bairro Josina Machel em Songo, em Cahora Bassa não tem dúvidas que com esta abordagem, e com a integração de diferentes grupos nesta matéria, vai reduzir a prática clandestina e com isso haverá mais informação a circular na comunidade. Dada às crenças culturais e religiosas que norteiam o assunto, pastor Faife, líder religioso em Ulónguè no distrito de Angónia, veio a este treinamento séptico quanto ao tema, por se tratar, segundo afirma, de uma violação às normas divinas quanto a procriação. “Tenho a confirmar que em momento algum era a favor do aborto, fosse qual fosse a razão, mas com este treinamento percebi o alcance da lei, e fiquei mais claro ainda sobre as condições sobre as quais se pode fazer um aborto. De facto, quando não se está esclarecido, cometemos muitos erros, e o resultado é ter muitas mortes por práticas evitáveis. Foi bom ter participado deste workshop”, disse Pastor Faife, que não hesita em apontar pontos de acção para reverter o cenário dos abortos clandestinos na comunidade: “Devemos fazer palestras, esclarecer a comunidade sobre as desvantagens de um aborto clandestino, ou melhor, é importante esclarecer em que circunstância se pode fazer um aborto.

Por seu turno, as parteiras tradicionais dos três distritos, que desempenham um papel importante na comunidade, são unânimes ao afirmar que, “o assunto de aborto só vai deixar de ser tabu se nós falarmos dele abertamente. E falar abertamente não significa promover, mas sim, prevenir possíveis problemas que podem advir por causa do desconhecimento – contem connosco,”.

Parteiras Tradicionais de Angónia

Porque as rádios comunitárias tem o poder de alcançar muita gente em tão curto espaço de tempo, estes profissionais da rádio foram contemplados no pacote de revitalização, para que possam integrar este assunto de aborto na sua grelha de programação. Estes aprenderam sobre a lei, e clarificação de valores e atitudes, e, sobretudo, como usar a rádio para mobilização para a mudança de comportamento. “Vamos fazer programas específicos e debates na rádio, com os profissionais de saúde e lideranças comunitárias, divulgar a lei e boas práticas nos nossos espaços informativos, e temos a certeza que, com este treinamento, melhoramos muito a nossa visão e alcance do problema”, disse Laete Manuel Marques, jornalista e locutor da Rádio Comunitária de Changara.

Jornalistas da Rádio Comunitária de Cahora Bassa capacitados em matéria de Aborto Seguro e como produzir programas.

O Centro Internacional para Saúde Reprodutiva-Moçambique, ICRH-M, com escritórios em Maputo e Tete, é uma organização Moçambicana que promove pesquisa, comunicação, advocacia e prestação de serviços no campo de saúde sexual e reprodutiva. Está a implementar a terceira fase do projecto aborto seguro em quatro distritos da província de Tete, desde Julho de 2022 até Dezembro de 2024 com objectivo de melhorar a qualidade dos serviços de aborto seguro e ampliar o acesso à informação e dos serviços de aborto sem medo de estigma e discriminação, por parte das mulheres e meninas em Moçambique.

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