INQUÉRITO NACIONAL SOBRE O IMPACTO DO HIV E SIDA EM MOÇAMBIQUE: Resumo dos Principais Resultados | Dezembro de 2022.

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O Inquérito Nacional sobre o Impacto do HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA 2021) foi um inquérito de base comunitária realizado entre os meses de Abril de 2021 e Fevereiro de 2022 com o objectivo de medir o impacto da resposta nacional e provincial ao HIV. O INSIDA 2021 incluiu adultos dos 15 ou mais anos de idade, ofereceu a testagem e aconselhamento com retorno de resultados, e colheu informação sobre o uso de serviços de cuidados e tratamento para o HIV. Igualmente, estimou a incidência nacional de HIV, a prevalência nacional e provincial de HIV em adultos, e a prevalência da supressão de carga viral, definida como ARN HIV.

O INSIDA 2021 foi liderado pelo Governo de Moçambique, através do Instituto Nacional de Saúde (INS), em colaboração com o Ministério da Saúde (MISAU), o Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA (CNCS), e o Instituto Nacional de Estatística (INE). Foi financiado através de fundos do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) para o alívio da SIDA (PEPFAR), com assistência técnica dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) e do ICAP da Universidade de Columbia. A implementação deste inquérito contou ainda com o apoio do Governo de Moçambique e dos Serviços e Direcções Provinciais e Distritais de Saúde, das Unidades Sanitárias e autoridades locais e comunitárias. O Governo de Moçambique e parceiros nacionais e internacionais de desenvolvimento fizeram parte do Comité Executivo Nacional e dos Grupos Técnicos de Trabalho durante a concepção e implementação do inquérito.

A incidência anual de HIV entre adultos (15 ou mais anos de idade) em Moçambique foi 0,43%. A incidência em mulheres foi 0,61%, e em homens, 0,24%. A prevalência de HIV entre adultos em Moçambique foi de 12,5%, o que corresponde a aproximadamente 2.097.000 adultos vivendo com HIV. A prevalência de HIV foi maior entre mulheres (15,0%) do que em homens (9,5%). A prevalência de supressão da carga viral entre adultos vivendo com HIV em Moçambique foi de 64,1%, sendo 67,1% entre mulheres e 58,8% entre homens. A estimativas de supressão da carga viral são entre todos os adultos vivendo com HIV, independente do conhecimento de seu estado de HIV ou do estado de tratamento antirretroviral (TARV).

A prevalência de HIV entre adultos de 15 ou mais anos variou de 7,9% em Manica a 20,9% em Gaza. A prevalência de HIV em Maputo Província (15,4%), Maputo Cidade (16,2%), Zambézia (17,1%) e Gaza (20,9%) foi substancialmente mais elevada em relação a prevalência nas províncias de Manica (7,9%), Niassa (8,0%), Tete (8,4%) e Nampula (10,0%).

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Um em cada oito adultos em Moçambique vive com HIV – o que representa um desafio substancial para o sistema de saúde do país. Estes resultados demonstram a necessidade do fortalecimento da implementação de medidas de prevenção para reduzir o número de novas infecções.

  • Existem diferenças acentuadas na prevalência de HIV em nível provincial, e também por sexo e por idade.
  • O alcance da supressão da carga viral é um desafio em quase todas as faixas etárias para ambos sexos, principalmente entre mulheres de 15 a 24 anos, e homens de 15 a 34 anos de idade. Os dados também demonstram variabilidade de supressão da carga viral entre as províncias. Estes resultados consubstanciam a necessidade de maior foco nas intervenções que visem aumentar a literacia sobre a prevenção e tratamento do HIV, o apoio a adesão ao tratamento, monitoria da resistência aos medicamentos e outras estratégias para melhorar as taxas de supressão da carga viral.
  • Em relação as metas 95-95-95, Moçambique já atingiu a meta de 95% de tratamento para pessoas vivendo com o HIV que conhecem seu estado de HIV, entretanto esforços devem ser empregues para se alcançar as metas de diagnóstico e supressão da carga viral.

Projectos ICRH moçambique

Pesquisas e projectos desenvolvidos em Moçambique

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